Em 1964, nas festas do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, o arquiteto Orlando Madalena, membro do Lions Clube – Vila Isabel, expôs à diretoria e companheiros seu plano de perpetuar, no bairro, os festejos de aniversário da cidade.
O projeto era fazer as calçadas da Avenida 28 de Setembro em pedras portuguesas brancas e pretas, desde o Largo do Maracanã até à Praça Barão de Drummond, e decorá-las com notas musicais da música popular brasileira, nomes de seus autores e instrumentos musicais.
A brilhante idéia foi aplaudida e logo trataram de executá-la.
Foi dada ao compositor “Almirante” a incumbência de selecionar as músicas. Ao maestro “Carioca” coube a missão de simplificar as partituras. Com o arquiteto Hugo Ribeiro ficou a adaptação da decoração.
A inauguração foi um sucesso. A notícia espalhou-se não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil e no mundo inteiro.
Hoje, todos conhecem e falam nas “Calçadas Musicais de Vila Isabel”.
Na calçada do Largo do Maracanã foi reproduzido o hino da cidade, “Cidade Maravilhosa”, de André Filho. No começo do Boulevard 28 de Setembro, a música de Chiquinha Gonzaga, “Ó abre Alas”.
Ao longo do Boulevard foram gravados nas calçadas, violões e cavaquinhos e as músicas mais bonitas e significativas do repertório brasileiro.
· Pelo Telefone, de Donga e Mano de Almeida;
· Feitiço da Vila, de Noel Rosa e Vadico (letra adiante);
· Ave-Maria, de Erotildes Campos e Jonas Neves;
· Aquarela do Brasil, de Ari Barroso;
· Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro (letra adiante);
· Linda Flor, de Henrique Vogeler e Luís Peixoto;
· A Conquista do Ar, de Eduardo das Neves;
· Luar do Sertão, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco;
· Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas;
· Linda Morena, de Lamartine Babo;
· A Voz do Violão, de Francisco Alves e Horácio Campos;
· Na Pavuna, de Homero Dornellas e Almirante;
· Primavera do Rio, de João de Barro (letra adiante);
· Apanhei-te Cavaquinho, de Ernesto Nazareth;
· Florisbela, de Nássara e Frazão.